terça-feira, 10 de março de 2015

09 - março - 2015

Tomei uma atitude meio insana. Estou cumprindo uma jornada de trabalho das 8h20 às 17h de segunda a sábado, mesmo assim peguei 5 cadeiras na faculdade. Não satisfeita, fui convidada para um projeto de pesquisa, e aceite. Dei um passo mais insano ainda, me inscrevi para ser voluntária no ICI (Instituto do Câncer Infantil).
Com relação a essa última, fui e sigo sendo muito criticada, pois as pessoas me perguntaram por que não faço algo direcionado a minha área de estudo, ou o que vou ganhar como voluntária, o que vai me trazer de útil?
Nessas horas eu paro, chocada, contemplando o nível de futilidade e de falta de compaixão das pessoas. Por que tudo que fazemos deve ter retorno? Por que visar somente o lucro, o que ganharemos?
As vezes devemos fazer algo apenas porque é correto, porque estaremos fazendo a diferença na vida de alguém. O que ganharei com isso? Algo muito mais valioso que dinheiro, comprovação de atividades complementares, ou um certificado de bom samaritano. Ai eu já posso imaginar alguém me perguntando: como assim? Eu respondo, ganharei paz de espírito.
Essas coisas devem começar com atitudes simples do dia-a-dia, como ceder lugar no ônibus ou no trem, permitir que alguém passe a sua frente para entrar ou sair de determinado lugar público, é ajudar um cego a atravessar a rua, é não se enfurecer quando uma criança atravessa correndo o nosso caminho. É sorrir para um estranho, é dizer as palavras mágicas tão famosas, e não me refiro a abracadabra e alakazam, ok? Me refiro a com licença, desculpa, por favor, obrigada... atitudes tão simples mas que mudam o dia de uma pessoa.
A sensação de ver um sorriso no rosto de uma criança e saber que fui a causa dele, não há o que pague. Usar a desculpa de: “eu trabalho e estudo, não tenho tempo para fazer nada...”, isso tudo é balela, quem quer fazer o bem, fará independente da quantidade de coisas que tenha que fazer, como no meu caso.
A minha idéia com o texto, não é fazer com que todas as pessoas façam trabalho voluntário, e sim que paremos por um minuto ou dois, para refletir quanto a nossa postura com relação aos demais, quanto tempo estamos usando para alimentar nossos espíritos e corações?
“Mais santas são as mãos que servem, do que os lábios que oram.” (Autor Desconhecido)


09-março-2015