sábado, 3 de julho de 2021

As Gerações de princesas da Disney!

Eu estava aqui pensando nas princesas da Disney e no quanto elas evoluíram com o passar dos anos, como os propósitos e objetivos mudaram e amadureceram junto com a época em que elas “nasceram”.

Começando pelas clássicas que tanto conhecemos, são elas:


Branca de Neve / Branca (1937) - O pai morreu, e ela fugiu da madrasta, sendo salva no final por um príncipe encantado.


Cinderela / Ella (1950) - O pai morreu, foi maltratada pela madrasta, sendo salva por um príncipe no final.


Bela Adormecida / Aurora (1959) - Passa 90% do filme dormindo enquanto a história rola e adivinhem? Isso, mesmo, é salva por um príncipe no final.


O que as 3 tinham em comum? Todas sonhavam com seus príncipes encantados que salvariam suas vidas e dariam a elas um amor verdadeiro e seu “felizes para sempre”. Basicamente uma geração focada em encontrar um homem, casar e ter filhos, sendo totalmente submissas e com a necessidade de alguém que as protegesse.


Depois, temos a era da renascença, onde encontramos nomes como:


A Pequena Sereia / Ariel (1989) - Peitou o pai pois queria conhecer o mundo, ficou com o príncipe no final.


A Bela e a Fera / Bela (1991) - Se ofereceu como prisioneira para salvar o pai, diferente do que aconteceu até agora, ela foi uma jovem apaixonada por ler e muito inteligente (não que as outras não fossem, mas esses atributos não eram seus objetivos). Salva o príncipe da morte no final e fica com ele.


Aqui começa a ficar boa a coisa, e vamos notar que seguindo daqui, algumas não são herdeiras de tronos, apenas fortes e determinadas...


Alladin / Jasmine (1992) - O pai tenta arranjar um casamento para que ela possa se tornar rainha e comandar a cidade. Em resumo ela se apaixona por um pé-de-chinelo que não tem onde cair morto e é um trambiqueiro, mas em resumo fica com ele no final (é a primeira vez que o cara não é um príncipe). Jasmine é a primeira princesa que não é branca de olhos claros, temos um pouco de diversidade chegando...


Pocahontas (1995) - Luta para salvar sua terra, acompanhando a crescente, é indígena americana, fugindo do estereótipo até então. A primeira princesa a se interessar por dois caras. Não lembro se fica com o cara no final.


Mulan (1998) - Mais uma princesa diferente, Mulan passa maior parte da história fingindo ser homem para poder lutar e defender seu povo e o que acredita. Tem um interesse amoroso, mas esse não é o foco da história. Não acaba a história casada, como a maioria, e curiosamente o cara meio que se interessa por ela quando ela ainda fingia ser homem, é de se pensar, não?


A Princesa e o Sapo / Tiana (2009) - Finalmente uma princesa negra, batalhadora, não tá procurando o príncipe encantado, mas sim cuidar de sua família e realizar seus sonhos, que envolvem trabalhar e abrir o próprio restaurante. O relacionamento com o príncipe é uma consequência, mas não o objetivo, mas sim, ela casa no final.


Rapunzel - Enrolados (2010) - Na versão original, ela era filha de camponeses, é mantida refém em uma torre por anos. Na versão original um príncipe a encontra, e ela ajuda ele e blá blá blá, mas o foco aqui é o filme de 2010, onde ela é uma princesa que foi sequestrada ainda bebê, e quem encontra ela é um malandro caloteiro. Depois de anos sendo explorada pela Bruxa Má (mãe Gothel), ela abandona a torre e sai conhecendo o mundo e explorando tudo. O amor por um homem não é exatamente o foco da história, mas ela fica com o caloteiro no final.


E agora chegamos a minha fase favorita!! Daqui em diante o foco não é o príncipe, na real ele nem existe por assim dizer…


Valente / Mérida (2010) - É o primeiro filme onde uma princesa simplesmente não quer ter um príncipe, e para não precisar casar com o jovem a quem foi prometida, ela luta pela própria mão, competindo com rapazes dispostos a casar com ela. Ela tem o espírito livre e o foco da história é o amor entre mãe e filha (a maioria das princesas anteriores não tem mãe, reparem nisso).


Frozen / Elsa e Anna (2013) - Chega a nós a primeira princesa com magia, Elsa, e que nos lembra algo fundamental: “Você não pode casar com alguém que acabou de conhecer!” - Ouviram princesas da era clássica??? - Aqui o foco é o amor entre irmãs, e no final do filme, Elsa acaba sozinha, mostrando que tá tudo bem você não ter alguém, Anna começa a se apaixonar por um jovem humilde, e o único príncipe da história é o vilão (VITÓRIAAA). P.s.: Em 2019 fomos agraciados com um filme 2 onde Elsa e Anna novamente terminam SOLTEIRAS, apesar de Ana ficar noiva neste segundo filme.


Moana (2016) - O foco da história é seguir o seu destino. Em nenhum momento se fala em príncipe aqui, Moana assumiria sua tribo sozinha - outra vitória do feminismo - ela sai em busca de sua desejada aventura com seu mascote, o galo burro, e briga para provar seu valor. Termina o filme sem namorado também (ORGULHO DEFINE).


Raya e o Último Dragão /  Raya (2021) - Mais uma princesa que não precisa de príncipe, aliás nesse aqui temos nada menos do que DUAS princesas, uma criada pela mãe (cabelo estiloso e uma guerreira), e outra criada pelo pai (criada para ser uma guerreira também). A história conta a jornada da Raya, que cresceu sozinha com seu pet, um tatu-bola que fica gigante com o passar dos anos, para salvar o mundo de criaturas que transformam todos em pedra, encontrando o último dragão e unindo os pedaços da pedra mágica. Ao longo do caminho ela faz amizades pouco convencionais, todos haviam perdido a família para as criaturas sombrias. O filme fala de amizade, confiança, acreditar em si mesmo e não desistir jamais. O amor entre amigas é o que salva o mundo.



Então temos aqui os 4 novos pilares do que eu acredito que deveria ser o exemplo para toda menina e menino:


Mérida nos ensinando que o amor de mãe é importante, e que você deve lutar para ser quem é.

2º Elsa e Anna nos mostrando que “amor verdadeiro” não tem nada a ver com beijar um príncipe, e pode ser encontrado entre irmãos.

3º Moana vem para provar que uma jovem garota deve acreditar em si mesma, nem que para isso precise viajar por caminhos desconhecidos e enfrentar semi-deuses.

4º Raya e Namaari nos mostram que só conseguimos vencer alguns obstáculos, se confiarmos em nossos amigos e aceitarmos ajuda, pois alguém precisa dar o primeiro passo para resolver as coisas.


Que a Disney nos traga novos pilares que ensinem as crianças que elas não precisam de um príncipe encantado, e sim lutar pelo que amam e por si mesmas, e quem sabe um dia finalmente, talvez em 20 anos - sendo BEEEEMM otimista - sejamos presenteados com uma princesa lésbica (oficialmente, pois extra-oficialmente já temos algumas né mores), e mostrem que não há nenhum problema em você ser diferente e encontrar a felicidade fora do convencional. Seria legal ter crescido com algum conto de fadas onde a garota fica com a garota e mesmo assim tudo fica bem.

Enquanto não ganhamos nossa princesa oficial do vale 🌈, nós estruturamos as nossas, então para mim, Elsa e Honeymaren, e Raya e Namaari são os casais de fanfic que viajam o mundo nos dando esperança de um amanhã melhor!

 Frozen 2 - Elsa e Honeymaren  
Raya e o Último Dragão - Raya e Namaari

OBS: Ambas as imagens pertencem ao filme, a 1º (Frozen) durante o filme 2. A 2ª (Raya) nos créditos, a única edição realizada foi apagar os nomes e aproximar a bandeja da Namaari para encurtar a imagem.


Beijos e até a próxima!
Texto escrito em: 02 - Mai - 2021 
(essa demorou a ser postada mas consegui!)