segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Hoje eu vim falar sobre saúde mental…

Temos por hábito, cuidar nossa alimentação (as vezes, claro), ter cuidado de comer frutas, verduras, beber muita água, fazer exercícios e coisas do tipo. Também vamos ao médico se estamos com alguma dor, um ferimento, para fazer revisões anuais ou para prevenir sustos futuros, mas tem uma coisa que negligenciamos com um frequência preocupante: nossa mente.


Quando falo em cuidar da mente, não me refiro a apenas descansar, falo de coisas que podem nos afetar sem que notemos, como crises de ansiedade que não nos deixam dormir, ou que nos metralham com pesadelos a noite inteira.


Já fazem algumas semanas, que dormir é cansativo para mim, que mesmo com o corpo no limite da exaustão, ao deitar tenho pesadelos que não me deixam descansar, e eu acordo ainda mais cansada e sem paciência, pois um sono desregulado não afeta só o foco e a atenção, ele mexe com todo o seu corpo.


Existem dezenas de formas de cuidar da nossa mente, mas acho que a mais importante para mim, sem dúvidas, é escrever… Quando estou lendo, escrevendo ou desenhando/pintando algo relacionado as minhas Fanfic’s, eu me sinto segura, como se tudo que está me deixando a beira de um colapso, fosse apenas uma brisa.


Perdi o emprego em virtude da pandemia, e hoje, 48 dias depois, mandando diariamente dezenas e dezenas de currículos para todas as áreas a qual tenho experiência ou certificação, o máximo que consegui foi apenas uma entrevista. As contas chegam, o stress aumenta, a TPM intensifica o que já está bem difícil, enquanto isso minha mente me desgasta, me derruba, enquanto externamente eu tento aparentar serenidade, força e otimismo.


É importante dizer que não há vergonha em não estar mentalmente bem, principalmente nos dias de hoje, onde abrimos a internet e recebemos uma chuva de notícias tristes, agressivas e atrasadas, onde começamos nossa manhã com atos de crueldade escancarados em todas as redes sociais, e passamos o dia tentando não trazer tudo isso para nós, para dentro de casa e para nossos relacionamentos.


Hoje eu serei bem sincera com vocês, estou esgotada… A vontade é de sentar no chão e ali ficar, sem fazer nada, sem dizer nada… Eu sei que desistir não adianta, mas eu estou exausta de verdade, quero entrar nos meus livros, entrar nas músicas infantis que escuto para fugir do fato de que estou completamente impotente diante de tudo o que está acontecendo nos meus dias. Aquele maldito sentimento de que não importa o quanto eu brigue e tente, nunca serei boa o bastante em nada, sempre faltará algo, meu esforço nunca será o suficiente…


O conselho de hoje é: se você também tem se sentido assim, procure apoio, você precisa de ajuda, mesmo que não saiba de que forma ser ajudado(a).


E se você conhece alguém que sofre de depressão, ansiedade, síndrome do pânico, ou qualquer outra doença dessa linha, se ofereça como ajuda (sejamos realistas, nós não iremos pedir), deixe a pessoa ser “infantil”, deixe a pessoa falar sozinha, dançar, construir coisas, ler, cantar e fazer seja lá o que faz ela feliz, pois esse pode ser o modo que ela encontrou de não entrar em colapso. O mundo está feio e assustador demais para você tirar a única coisa que impede esse alguém de se enfiar numa cama ou cair para o fundo do poço. Ah! E ficar repetindo que ela “precisa melhorar” não funciona viu, se funcionasse gravaríamos a frase e colocaríamos em loop na nossa playlist, na verdade essa frase só funciona para nos afundar mais e crescer nosso sentimento de impotência e inferioridade.


Cuidem de si mesmos e de quem vocês amam, cuide não só dos corpos mas da mente dessas pessoas, sejam versões melhores de si mesmos mas não se cobrem por perfeição, todos somos humanos e imensamente falhos, e é isso que nos torna reais.